Chegar a um diagnóstico rápido e preciso é fundamental durante os surtos de influenza, mas, até agora, os médicos e funcionários de saúde pública tiveram que escolher entre um teste altamente preciso e demorado e um teste rápido, mas propenso a erros.
Um novo método de detecção desenvolvido na University of Georgia oferece o melhor nos dois sentidos. Ao revestir partículas de ouro com anticorpos que se ligam a cepas específicas do vírus da gripe e medir como estas partículas dispersam a luz do laser, a tecnologia pode detectar a influenza em minutos, custando menos de um centavo por exame.
"Sabemos há muito tempo que se pode usar anticorpos para capturar vírus e que as nanopartículas têm características diferentes de acordo com seu tamanho. O que fizemos foi combinar os dois para criar um teste de diagnóstico rápido e altamente sensível", disse o especialista em desenvolvimento de vacinas, Ralph Tripp.
Tripp e Jeremy Driskell ligaram proteínas do sistema imunológico conhecidas como anticorpos com nanopartículas de ouro. O complexo formado pelas nanopartículas de ouro e pelos anticorpos agrega-se com qualquer vírus presente na amostra, e um dispositivo disponível comercialmente mede a intensidade com que a solução espalha a luz.
Driskell explicou que as nanopartículas de ouro, que têm aproximadamente 1/10 da largura de um fio de cabelo humano, são extremamente eficientes em espalhar a luz. Moléculas biológicas, como os vírus, por outro lado, são dispersores de luz intrinsecamente fracos. O agrupamento dos vírus com as nanopartículas de ouro faz com que a quantidade de luz refletida flutue em um padrão previsível e mensurável.
"O teste é algo que pode ser feito, literalmente, no local onde se encontra o doente. Você colhe uma amostra, a coloca no instrumento, aperta um botão e obtém os resultados", disse Driskell.
O ouro é muitas vezes visto como um metal caro, mas o novo teste de diagnóstico usa uma quantidade tão pequena que o custo é de um centésimo de centavo por teste.
O padrão atual para diagnóstico definitivo da gripe é um teste conhecido como PCR, que tem reação em cadeia da polimerase. O PCR só pode ser feito em laboratórios altamente especializados e exige que o pessoal especialmente treinado incube a amostra por três dias, extraia o DNA e então o amplifique muitas vezes. Todo o processo, desde a coleta de amostra, leva cerca de uma semana e é muito caro para se tornar um teste de rotina.
A alternativa é um teste rápido conhecido como ensaio de fluxo lateral. O teste é rentável e pode ser feito no local onde o paciente se encontra, mas não pode identificar a estirpe viral específica. Ele não diagnostica cerca de 50% das infecções e é especialmente propenso a erros, quando pequenas quantidades de vírus estão presentes.
Ao superar os pontos fracos dos atuais testes de diagnóstico, os pesquisadores esperam fornecer diagnósticos mais oportunos que podem ajudar a bloquear a propagação da gripe através da identificação precisa das infecções, permitindo que os médicos comecem o tratamento precocemente, quando as drogas antivirais, como o Tamiflu, são mais eficazes.
Tripp e Driskell estão planejando comparar o novo teste de diagnóstico com um outro que Tripp e seus colegas desenvolveram que mede a variação na frequência de um laser quando ele é refletido por DNA viral ou RNA. Tripp também está trabalhando para adaptar a nova técnica para que os produtores de aves possam detectar rapidamente os níveis de salmonela na água do banho durante o processamento. A avicultura é a maior indústria agrícola na Geórgia, ele apontou, assim, a tecnologia pode ter um impacto significativo na economia do estado.
"Este teste oferece enormes vantagens para a influenza, mas não queremos parar por aí. Teoricamente, tudo o que temos a fazer é trocar os nossos anticorpos anti-influenza por um anticorpo que ataque outro patógeno que pode ser do nosso interesse, e podemos fazer o mesmo teste para qualquer número de agentes infecciosos", disse Tripp.
Fonte: isaude.net
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