O Serviço de Gastroenterologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), passou a contar com a primeira unidade do aparelho FibroScan a funcionar no estado. O equipamento é capaz de detectar a presença e o grau de fibrose hepática que, em um estágio avançado, conhecido como cirrose hepática, leva à necessidade de um transplante de fígado.
Segundo Fátima Aparecida Ferreira Figueiredo, Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, professora e médica do hospital, a grande vantagem dessa nova ferramenta é proceder a um exame não-invasivo e de resultado bem mais rápido. " Antes, toda avaliação era feita por meio de biópsia, ou seja, a retirada de um pequeno fragmento do fígado para ser analisado em laboratório.
Agora, o FibroScan pode substituir a biópsia em 40% a 50% dos casos" , entusiasma-se. " Só existiam três aparelhos desse tipo em funcionamento no Brasil, e todos no estado de São Paulo. Desde abril, temos também um funcionando no Rio."
Equipamento adquirido com recursos do edital da FAPERJ para Apoio às Universidades Estaduais - Uerj, Uenf e Uezo, o FibroScan é um aparelho de ultrassom, que, por imagem e de forma não-invasiva, consegue determinar com bastante exatidão o grau de fibrose hepática, especialmente nos dois extremos: pacientes com pouca ou nenhuma fibrose e os que têm fibrose em estágio avançado ou já apresentam cirrose hepática. " Mesmo não oferecendo resultado conclusivo para os casos intermediários, o uso do FibroScan evita o procedimento da biópsia nesses dois grupos de pacientes" , relata.
Embora, segundo o senso comum, a cirrose hepática seja associada apenas à elevada ingestão de álcool, Fátima enumera outras causas, como doenças que afetam diretamente o órgão, por exemplo, as hepatites B e C, e a doença gordurosa do fígado, comumente associada à síndrome metabólica - estado clínico que engloba, entre outros problemas, obesidade, diabetes e hipertensão, fatores que aumentam muito o risco das doenças cardiovasculares. Ela explica que, em resposta a essas agressões, o fígado perde células saudáveis e funcionais e, no lugar, produz fibrose (cicatriz). " Quanto maior a fibrose, menor é o número de células saudáveis e, consequentemente, maior é o grau de insuficiência hepática. A cirrose hepática, portanto, já é o estado de falência do fígado, quando o órgão perde sua funcionalidade, o que torna o transplante a única solução".
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