Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, se concentraram no córtex entorrinal, uma região chave do cérebro para a memória e principal passagem antes do hipocampo, a área responsável pelo processamento dos sinais e o desenvolvimento da memória.
"O córtex entorrinal é a porta de acesso à unidade central da memória", disse Itzhak Fried, professor de neurocirurgia da Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia, principal autor da pesquisa.
"Toda a experiência visual ou sensorial que guardamos na memória passa por esta porta para chegar ao hipocampo", disse o investigador. "Nossos neurônios devem enviar mensagens através desta passagem para que a memória se forme e a lembrança possa ser recuperada conscientemente".
Para este estudo, os neurologistas seguiram sete pacientes com epilepsia que tinham eletrodos implantados em seu cérebro para entender a origem de suas convulsões.
Os pesquisadores utilizaram os mesmos eletrodos para registrar a atividade dos neurônios quando as lembranças se formavam.
Usando um videogame que simula um táxi em uma cidade virtual, os cientistas testaram se a estimulação das profundezas do cérebro do córtex entorrinal ou do hipocampo alteravam a capacidade de armazenamento.
Os participantes se passavam por taxistas que recebiam passageiros e viajavam por toda a cidade.
"Quando estimulávamos as fibras nervosas no córtex entorrinal dos pacientes durante a aprendizagem, eles reconheciam mais tarde lugares e circulavam pelas ruas com maior rapidez", disse Fried.
"Inclusive aprendiam a pegar atalhos, o que reflete uma melhor memória espacial".
Fried reconheceu que "a perda de nossa capacidade de lembrar fatos recentes e formar novas lembranças é uma das doenças mais temidas da condição humana", mas advertiu que os resultados do estudo, embora encorajadores, devem ser encarados com cautela.
"Nossos resultados preliminares fornecem evidências de um possível mecanismo para aumentar a memória, sobretudo nas pessoas idosas ou que sofrem de demência precoce", disse.
"Ao mesmo tempo, estudamos uma amostra pequena de pacientes, razão pela qual nossos resultados devem ser interpretados com cuidado", concluiu.
Fonte: Veja
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