Cientistas da Universidade de Michigan, nos EUA, identificaram um alvo em potencial para tratar um tipo agressivo de câncer de próstata: o gene SPINK1. Ele ocorre apenas em 10% dos casos da doença, mas está associado a uma de suas formas mais agressivas.
Além disso, pode ser detectado na urina dos pacientes, o que permite aos urologistas fazer os exames de rotina com mais facilidade. O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da “Science Translational Medicine”.
O gene é um alvo ideal para um anticorpo monoclonal – tipo de tratamento dirigido para agir sobre uma molécula específica (neste caso, o SPINK1). Usando camundongos, os cientistas conseguiram diminuir os tumores em 60%.
Os pesquisadores descobriram ainda que o SPINK1 pode se ligar a um receptor chamado EGFR. Eles testaram uma droga chamada cetuximab, que é capaz de bloquear esse receptor e já está aprovada pela Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês). Nos camundongos, o medicamento foi capaz de reduzir os efeitos cancerígenos do SPINK1 em 40%.
Com as duas drogas agindo simultaneamente, os tumores ficaram 74% menores. O efeito foi conseguido apenas nos tumores que mostravam o SPINK1, e nos demais não.
Segundo o estudo, os efeitos colaterais medidos nos camundongos foram limitados, e pesquisas futuras terão de avaliar o que o tratamento pode causar em humanos. Os cientistas ainda procuram também uma compreensão mais clara da relação entre os índices elevados de SPINK1 e alguns tipos de câncer de próstata.
Fonte: G1- Ciência e Saúde
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