As camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida estão perdendo massa em um ritmo mais acelerado que os prognósticos feitos até agora, o que repercutirá na alta do nível dos oceanos, segundo conclusão de um estudo divulgado na terça-feira, 8 de março, pela Nasa.
Os resultados do estudo sugerem que as camadas de gelo estão derretendo mais rápido que as geleiras das montanhas e serão o principal fator de contribuição para uma alta global do nível dos oceanos muito antes do previsto.
Como exemplo, em 2006 os pólos perderam uma massa combinada de 475 gigatoneladas ao ano em média, uma quantidade suficiente para elevar o nível global do mar em uma média de 1,3 milímetros anuais - as geleiras da montanha perdem em média 402 gigatoneladas anualmente.
A Nasa analisou dados de seus satélites entre 1992 e 2009 e descobriu que a cada ano, durante o curso do estudo, as camadas de gelo dos pólos perderam uma média combinada de 36,3 gigatoneladas a mais que no ano anterior.
"Que as camadas de gelo serão a principal causa do aumento do nível do mar no futuro não é surpreendente, já que possuem uma massa de gelo muito maior que as geleiras da montanha", assinalou o autor do estudo, Eric Rignot, da Universidade da Califórnia.
"O surpreendente é que esta maior contribuição das camadas de gelo já está ocorrendo", advertiu o cientista, que realizou a pesquisa com a colaboração do Laboratório da propulsão do jato (JPL) da Nasa.
"As medições realizadas indicam que se as tendências atuais continuarem é provável que o aumento do nível do mar seja significativamente maior que os níveis projetados em 2007 pelo IPPC (Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas)", observou o pesquisador.
FONTE: Terra/Ciências
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